Profissional vs Amador

Primeiro de tudo, e antes de avançar com o assunto que me leva a escrever este post, tenho que partilhar o meu medo de que alguma vez alguém do escritório de relações internacionais da minha universidade tome conhecimento deste blog. Sobretudo porque estou com a sensação de que poderei estar a desperdiçar dinheiro dos nossos tão queridos fundos europeus. Não me levem a mal, porque apesar de ao principio esta experiência não ter estado a correr bem, agora até está, em termos sociais/culturais etc..Mas o intuito desta estadia prolongada em Berlim, pelo menos de ponto de vista educacional ou profissional, não é exactamente eu ter muitos amigos, sair à noite, ver museus e ir a concertos. Suponho que o meu desenvolvimento pessoal e social não seja a razão pela qual estou a ser paga para viver por aqui uns meses. O objectivo é então, trabalhar, aprender como o que estudei durante 4 anos se aplica no mundo real ( com isto quero dizer, profissional). A questão que me tem assaltado nos últimos tempos é se existe o que eu considero ser o mundo profissional...ou se isto é conceito individual, depedendente das "crenças" e estilos de vida de cada um.

A minha primeira experiência profissional foi em Portugal, aprendi bastante, gostei (diverti-me), mas no final cheguei realmente à conclusão que tinha aprendido em como não fazer as coisas, como não ser profissional, em vez do contrário. E levianamente calculei que aquele projecto em que trabalhei tivesse corrido assim simplesmente porque estavamos em Portugal, e em Portugal é tudo sempre desorganizado e pouco profissional. Mas será que é mesmo essa a justificação?

Agora estou em Berlim. Vim fazer um estágio curricular numa produtora de cinema, pequena é verdade, mas isso suponho que não seja assim tão relevante para o caso. E o que acontece é que, pelo menos até agora, estou a experienciar o mesmo amadorismo.
Vamos filmar em Junho, e ainda não há guião...é tudo feito em cima do joelho...e fala-se de muita coisa e só se faz metade. Estou à espera de ser surpreendida. Mas conclusão das conclusões, é que até agora, as poucas experiências profissionais que tive estão a ensinar-me a ser profissional mostrando-me como não ser profissional. Talvez funcione...
Ou então não nasci mesmo para ser uma trabalhadora independente...Preciso de ser contratada por um multinacional qualquer e perceber que se calhar este tal amadorismo até é bem melhor.... Humm?

1 comment:

Anonymous said...

Yessssssssssssssssssss.
Afinal essa matéria das capacidades/atitudes indivuduais não repousa na identidade eugenicamente superior de uma qualquer nação, o que, de resto, não existe em lugar algum. Se assim fosse, os portugueses seriam aempre calões - mesmo quando servindo nas fábricas alemãs - e os alemães careceriam de um estágio latino para terem a graça do Kriphal José.
Ora bem, a verdade é que há um hiato entre o que é do foro do indivíduo e o que é matéria do enquadramento colectivo.
Por definição, que se assume como inquestionável, cada indivíduo é uma nação por si só! Ninguém fará por ele a diferença que só ele pode fazer. Neste sentido há milhões de nações.
Quanto ao enquadramento organizacional... há muito menos nações. E se é possível o humor alemão em Portugal, por que não um pouco de profissionalismo português na Alemanha?
Ergue-te nos teus próprios pés e aprende com o que há para aprender. Há sempre qualquer coisa... assim os olhos o vejam.
João B.