Não deixou a desejar



A semana passada acabou com os National, e uma nova semana começou com Andrew Bird.
A sala chamava-se Lido, e as impressões, ao contrário de sexta-feira, foram logo boas. Era maior e com aspecto mais compostinho. O Andrew Bird entrou em palco e logo se aprontou a tirar os seus sapatos, e atirá-los rapidamente para qualquer canto do palco, e daí surgiram dois pequenos pés, cada um com uma meia às riscas de sua nação, e não podia faltar, o buraco com a unhaca a querer sair pela meia fora. Tinha uma pequena gravata prateada, e apesar de poder não soar exactamente assim, isto tudo conjugava muito bem. Nao falou, começou logo a tocar. Tentava bater-se com tudo o que tinha de fazer em palco : violino; guitarra; xilofone; e outras engenhocas (desconheço nomes técnicos) com que controlava efeitos, e sons gravados em palco. Tudo se fazia. Tanto Andrew Bird, como os 2 restantes membros da banda, jogavam com os seus instrumentos, e utilizavam coisas como pequenas facas de plástico para criar outros sons.
Começou a comunicar mais com o público ao apresentar-se a si e ao seu macaco de peluche, em alemão. E a partir daí foram os seus tão adorados assobios, incrivelmente afinados, falsetes que, estranhamente, faziam lembrar o Jeff buckley, desequilíbrios, por vezes assustadores, enquanto tentava jogar-se sobre todos os instrumentos que tinha de tocar, esquecendo-se de vez em quando da ordem correcta com que o queria fazer. Uma espécie de distracção concentrada, estou aqui mas não estou. Houve também movimentos de anca e de serpente, que acompanhavam os sons mais fluídos, coisa que nunca esperaria de menino aparentemente tão tímido. Mas tinha jeito para a coisa. Figura bonita e inspirada em palco. Gostei. Ele disse que estava contente por estar em Berlim : " I like Berlin more than other places", e tem bom gosto. Até tivemos direito a 2 encores.

Agora uns modestos videos:

(também queria ter filmado os National, mas a coisa era mais intensa e apertada, não funcionou...)









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